sexta-feira, novembro 24, 2006

Frei Fortunato e Frei Macedo


Frei Fortunato era um homem clérigo e polemista de mão cheia. As suas controvérsias com Frei Joaquim de Santa Rosa de Viterbo são antológicas. Investigador minucioso, deixou-nos uma Colecção de Inéditos Portugueses dos Séculos XIV e XV e, ainda em vida, editou Frei João Claro e o seu Códice Alcobacense. José Agostinho de Macedo, esse, é bem outra história: o temido fundibulário fundou entre nós o jornalismo político, com títulos como A Tripa Virada e A Besta Esfolada. Era alentejano, de Beja, onde nascera em 1761. Fez-se frade na Graça em 1778. Foi expulso por devasso em 1792. Dizia Oliveira Martins, que lhe traçou o retrato: “Sabia a linguagem das colarejas e rameiras, porque as frequentava; e o calão dos cárceres e das enxovias porque passou por lá. O seu estilo era torrente, mas jorro que sai de um cano – um enxurro violento de imundices. Criou um género, que se nacionalizou português”. Vivia amancebado com uma freira de Odivelas; passava as noites em arruaças – e, com facúncia inesgotável, investia furiosamente contra os adversários.
in, Bruno Oliveira Santos, Nova Frente - Textos da Blogosfera, Antília Editora , p.51

1 Comentários:

Blogger anónimo disse...

Dar crédito ao liberal Oliveira Martins, logo quando fala de um ícone a ele oposto, não é boa escolha.

Da transcrição feita, não subscrevo nem uma palavra!

6:59 da tarde  

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